quarta-feira, 30 de março de 2011

Masturbação

"Quando me toco, me reconheço, me percebo...
Encontro-me comigo mesmo,
Pois meu corpo é uma estrada de desejo a caminho do prazer.”
     Masturbação é o ato de tocar, acariciar e dar prazer ao próprio órgão sexual. A masturbação acompanha o indivíduo desde a infância até a terceira idade, tendo seu auge na adolescência em decorrência da produção dos hormônios sexuais.
     Os meninos se masturbam com mais freqüência que as meninas, não pelo fato de que tenham mais necessidades sexuais, mas sim pelo forte tabu cultural que acompanha a mulher ao longo do tempo. Ainda hoje, as mulheres evitam falar sobre esse assunto.
     Masturbação não é pecado, não faz mal saúde e nem é distúrbio de comportamento. Deve ser praticada em privacidade, pois é um momento particular do indivíduo. A masturbação faz parte do desenvolvimento da sexualidade, sua prática alivia as tensões, proporciona o autoconhecimento do corpo e o reconhecimento das zonas eróticas que produzem mais prazer, auxiliando na vida sexual em parceria.
     A masturbação só é preocupante quando se torna excessiva. Quando a pessoa passa o dia todo nessa prática, tornando-se uma alternativa de substituição a vida cotidiana. Nesse caso, é aconselhável procurar ajuda de um profissional.

sábado, 26 de março de 2011

Gênero e Sexualidade

     A abordagem deste tema é uma tarefa delicada, pois atualmente há tanta discussão em torno da igualdade entre os sexos que as questões das desigualdades socioculturais que vêm nos acompanhando desde os mais remotos tempos tendem a ser menos consideradas. No entanto, qualquer discussão das relações entre os sexos deveria avaliar, conjuntamente, tanto as diferenças quanto as semelhanças, com adequada consciência de que homens e mulheres têm efetivamente modos diferentes de pensar, agir e sentir que decorrem dos processos de educação e formação da personalidade dos indivíduos, desde a vida intra-uterina.
     Todas as difernças existentes no comportamento de homens e mulheres refletem-se na vivência da sexualidade de cada um, no relacionamento a dois e nas relações humanas em geral.
     Desta forma, poderíamos conceituar gênero como sendo um conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir das diferenças biológicas dos sexos. Se sexo diz respeito ao anatômico, no conceito de gênero, toma-se o desenvolvimento das noções de "feminino" e "masculino" como construção sociocultural.
     Não podemos esquecer de mencionar a Identidade de Gênero e Papel de Gênero. Identidade de Gênero é a percepção que cada um tem de si mesmo como indivíduo masculino ou feminino, ou seja, a consciência do próprio gênero. Já o Papel de Gênero é o padrão de comportamento e aparência pelo qual cada um expressa socialmente sua identidade de gênero. A partir de então, ainda encontramos as Relações de Gênero, que seriam o estudo das diferentes posições que ocupam o "ser homem" ou o "ser mulher", em uma sociedade.
     Questão polêmica, sobre a expressão sexual, ainda dentro do estudo de gênero, é a homossexalidade, devendo ser considerada uma variação do desenvolvimento sexual. O desejo homoerótico, que é a atração sexual por pessoas do mesmo sexo, é apenas uma parte do ser homem ou ser mulher que cresce e/ou se desenvolve com o indivíduo. Na infância ou adolescência as experiências sexuais com pessoas do mesmo sexo podem ocorrer sem significar necessáriamente uma orientação definitiva. O que se precisa ter consciência é que, em se tratando de gênero, tanto heterossexuais que são pessoas cuja atração erótica é pelo sexo oposto, pois "hetero" quer dizer "parecido", ou ainda os bissexais, que são pessoas cuja orientação afetivo-sexual se dá em relação a ambos os sexos, também são diferentes entre si. O importante é que nenhuma pessoa pode o deve ser reduzida à sua orientação afetivo-sexual.
     Contudo, podemos observar históricamente que as diferenças nos estudos de gênero têm privilegiado os homens, pelo fato da sociedade não ter oferecido as mesmas oportunidades a ambos os sexos. Apesar das transformações de costumes e valores ocorridos nos últimos anos, as discriminações ainda que encobertas, persistem em relação ao gênero feminino. É preciso reavaliar valores e preconceitos dos grupos sociais, confrontando-os e entendendo-os através de questionamentos, reformulando atitudes e ações melhor se adequem ao desejo de cada indivíduo, combinando com sua história de vida e no jeito de viver da sociedade da qual faz parte, numa convivência mais harmoniosa entre os sexos, para que juntos alcancem uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, estaremos estimulando a autoconstrução do "sujeito sexual" e do cidadão.
     Ser sujeito sexual dentro da visão do estudo de gênero é dar ao indivíduo a oprtunidade de redefinir de forma mais ampla sua dimensão enquanto pessoa, desenvolvendo com o mundo, uma relação consciente com o que está inserido em sua cultura. É também, uma forma específica de exercer sua sexualidade e cidadania, pois é direito de todos a busca da felicidade.
     Gostaríamos de que as discussões sobre as relações de gênero tivessem sempre como objetivo, combater as relações autoritárias, desiguais, questionando os padrões rígidos de conduta para homens e mulheres, apontando para uma transformação e flexibilização de costumes, visando permitir a expansão das potencialidades que existem em cada ser humano e que ficam encobertas pelos estereótipos de gênero.
     Desta forma, estaremos com mais dignidade, revendo os conceitos de desenvolvimento das noções do "ser homem" e "ser mulher" dentro da nossa sociedade frente a globalização do mundo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Religião e Sexologia

Embora eu sempre faça colocações iniciais de que a Sexologia é tratada como uma ciência em minhas palestras, por vezes, algum participante traz a tona questões que acabam por envolver a vivência da sexualidade com as diversas práticas religiosas.
Segundo Karl Marx: “A religião é o ópio do povo. Se a intenção de alguns é retirar a religião das pessoas, é bom oferecer um outro tipo de ópio.” Como vimos através dessa afirmativa, as origens religiosas são muito fortes nas sociedades e que vêm permeando nossa cultura desde as antigas civilizações judaico-cristãs do mundo ocidental. Portanto, bastante arraigadas nos nossos valores e sentimentos, o que é louvável e positivo para o crescimento e desenvolvimento humano.
A fé religiosa não deve fazer parte dos processos científicos. A Ciência é laica e empírica e na Sexologia não é diferente por também tratar-se de uma ciência.
É preciso deixar claro que todo Educador que deseja enveredar pelos caminhos da Sexologia tenha consciência de que irá lidar com o sentimento humano, em toda sua essência, beleza e diversidade; diferentes credos, crenças e tabus socioculturais e religiosos, de acordo com a individualidade de cada pessoa que precisa ser respeitada e preservada.
A missão do Educador Sexual é transmitir conhecimentos teórico-científicos sobre a Sexologia. Compete a cada indivíduo, a partir da aquisição desses conhecimentos, construir seus próprios conceitos e valores, utilizando-os da melhor forma possível para a melhoria de sua qualidade de vida.
Acabo de fazer a leitura do livro: “Criação Imperfeita. Cosmo, vida e Código Oculto da Natureza”, de Marcelo Gleiser, Professor de Filosofia Natural, Física e Astronomia do Dartmouth College. Termino minhas ponderações sobre Religião e Sexologia com alguns trechos desse livro que achei bastante interessantes e plausíveis frente à nova Ciência Sexologia...
“A ciência é uma criação humana, uma narrativa que criamos para explicar o mundo a nossa volta. Sempre existirão fenômenos que não poderão ser explicados por nossas teorias.”
“A Ciência e suas práticas têm limites; os cientistas que as praticam têm limites. A Ciência tem que ser humanizada e relacionada com a cultura em que existe.”
“Nosso alcance é amplo, mas limitado. A Ciência nos revela como a Natureza funciona e não como gostaríamos que funcionasse.”
“É preciso aceitar o que a Natureza nos diz, mesmo que contrarie nossas fantasias.”
“Querer aprender sempre mais reflete a nossa curiosidade. Acreditar poder saber tudo reflete apenas uma ilusão.”
“Para nos aproximar da verdade, muitas vezes temos que abandonar nossos sonhos de perfeição.”
“O que importa não é chegar a verdades absolutas, mas ao conhecimento.”
“Acreditar que a Ciência, num determinado momento terá todas as respostas é dotá-la de um poder que não tem.”
“Não é a simetria e a perfeição que deveriam estar nos guiando. A Ciência que criamos é apenas nossa criação. Mesmo que maravilhosa, será sempre limitada pelo que podemos conhecer do mundo. E como não podemos conhecer tudo o que existe, nossa Ciência será sempre incompleta.”

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

Escolhi esse pequeno trecho do livreto "Gotas de esperança" de Lourival Lopes para refletirmos sobre a data de hoje.
Acredito que as poucas palavras abaixo combinam com o papel feminino nos dias de hoje.
Para todas nós, uma vida de construções positivas com muito amor e sabedoria!

"Valorize a sua liberdade.
Sinta, desde agora, o prazer de ser livre. Olhe como é bela a liberdade.
A tristeza é uma forma de escravidão. Você pode estar presa e sentir-se livre. Mas também pode estar livre e sentir-se escrava. Não a deixe penetrar em você.
Cultive a alegria. Sinta a liberdade. Cosulte a Natureza. Aprecie os pássaros. Os cisnes deslizam sobre as águas...
Vigie o uso de sua liberdade. Que ela não seja "prisão" para outrem. Ponha-a a benefício dos outros.
Liberdade com responsabilidade é um Bem atuando em nossas vidas."

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval

É Carnaval minha gente! Hora de cair na folia, vestir a fantasia e botar o bloco na rua!
Se em meio à alegria o sexo acontecer, a responsabilidade precisa ser o “carro abre alas” dessa festa. Afinal, nossos sentimentos não são como confete e serpentina que podem ser jogados para todos os lados...
Vista a fantasia, mas vista também a camisinha. Ela faz parte de sua “comissão de frente”, você vira “destaque” e não corre o risco de “atravessar o samba”. O preservativo é um “adereço” importante no “desfile da prevenção”. Portanto, não se esqueça, a camisinha é a “harmonia” do sexo seguro. Use sua criatividade!
As DST não usam máscaras, elas estão aí o ano inteiro. E você? Vai deixar sua máscara cair?
Espero que na quarta-feira de cinzas, no julgamento da sua “escola da vida” você, possa receber... DEZ!!! NOTA DEZ!!! Em todos os “quesitos” de uma vivência da sexualidade responsável, prazerosa e feliz!

terça-feira, 1 de março de 2011

Para Refletir

Com a proximidade o Dia Internacional da Mulher divulgo uma das minhas poesias para reflexão de nossos desejos e amores que são peculiares do "ser mulher".


Corpo de mulher
Solto no mundo, sem fundo.
Corpo vazio no espaço, sem espaço a flutuar...
Corpo vazio de abraço
Que vai e vem no passo, compasso da vida.
Corpo que se abre, procura, doçura e sal.
Corpo fechado na solidão.
Corpo carinho, sozinho no caminho
Que busca, rebusca, procura, o que?
O plexo, reflexo do corpo vazio a flutuar no céu, no mar...
Corpo que parte, reparte, que volta, revolta.
Corpo destino, caminhante e errante
Que vibra, que sabe e reage,
Que goza, faz prosa, e´espinho, é rosa.
Corpo que no presente, busca seu corpo ausente,
Apenas dos olhos, mas não do coração.