Todas as difernças existentes no comportamento de homens e mulheres refletem-se na vivência da sexualidade de cada um, no relacionamento a dois e nas relações humanas em geral.
Desta forma, poderíamos conceituar gênero como sendo um conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir das diferenças biológicas dos sexos. Se sexo diz respeito ao anatômico, no conceito de gênero, toma-se o desenvolvimento das noções de "feminino" e "masculino" como construção sociocultural.Não podemos esquecer de mencionar a Identidade de Gênero e Papel de Gênero. Identidade de Gênero é a percepção que cada um tem de si mesmo como indivíduo masculino ou feminino, ou seja, a consciência do próprio gênero. Já o Papel de Gênero é o padrão de comportamento e aparência pelo qual cada um expressa socialmente sua identidade de gênero. A partir de então, ainda encontramos as Relações de Gênero, que seriam o estudo das diferentes posições que ocupam o "ser homem" ou o "ser mulher", em uma sociedade.
Questão polêmica, sobre a expressão sexual, ainda dentro do estudo de gênero, é a homossexalidade, devendo ser considerada uma variação do desenvolvimento sexual. O desejo homoerótico, que é a atração sexual por pessoas do mesmo sexo, é apenas uma parte do ser homem ou ser mulher que cresce e/ou se desenvolve com o indivíduo. Na infância ou adolescência as experiências sexuais com pessoas do mesmo sexo podem ocorrer sem significar necessáriamente uma orientação definitiva. O que se precisa ter consciência é que, em se tratando de gênero, tanto heterossexuais que são pessoas cuja atração erótica é pelo sexo oposto, pois "hetero" quer dizer "parecido", ou ainda os bissexais, que são pessoas cuja orientação afetivo-sexual se dá em relação a ambos os sexos, também são diferentes entre si. O importante é que nenhuma pessoa pode o deve ser reduzida à sua orientação afetivo-sexual.
Contudo, podemos observar históricamente que as diferenças nos estudos de gênero têm privilegiado os homens, pelo fato da sociedade não ter oferecido as mesmas oportunidades a ambos os sexos. Apesar das transformações de costumes e valores ocorridos nos últimos anos, as discriminações ainda que encobertas, persistem em relação ao gênero feminino. É preciso reavaliar valores e preconceitos dos grupos sociais, confrontando-os e entendendo-os através de questionamentos, reformulando atitudes e ações melhor se adequem ao desejo de cada indivíduo, combinando com sua história de vida e no jeito de viver da sociedade da qual faz parte, numa convivência mais harmoniosa entre os sexos, para que juntos alcancem uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, estaremos estimulando a autoconstrução do "sujeito sexual" e do cidadão.
Ser sujeito sexual dentro da visão do estudo de gênero é dar ao indivíduo a oprtunidade de redefinir de forma mais ampla sua dimensão enquanto pessoa, desenvolvendo com o mundo, uma relação consciente com o que está inserido em sua cultura. É também, uma forma específica de exercer sua sexualidade e cidadania, pois é direito de todos a busca da felicidade.
Gostaríamos de que as discussões sobre as relações de gênero tivessem sempre como objetivo, combater as relações autoritárias, desiguais, questionando os padrões rígidos de conduta para homens e mulheres, apontando para uma transformação e flexibilização de costumes, visando permitir a expansão das potencialidades que existem em cada ser humano e que ficam encobertas pelos estereótipos de gênero.
Desta forma, estaremos com mais dignidade, revendo os conceitos de desenvolvimento das noções do "ser homem" e "ser mulher" dentro da nossa sociedade frente a globalização do mundo.
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